Em uma época onde os olhares estão voltados para o mundo do futebol e todos querem acompanhar os jogos da Copa do Mundo, muito se tem falado sobre preparação física, alto rendimento dos atletas, treinos preparatórios e de reconhecimento de campo, expectativa por bons resultados que, inclusive, podem trazer ascensão na carreira de alguns e até mesmo contusões graves que podem adiar o sucesso de outros.
É fato que para todo jogador existe uma equipe trabalhando de forma interdisciplinar em busca dos melhores resultados e isto inclui profissionais do comportamento e emoções humanas, psicólogos e psicoterapeutas, que agregam conhecimento e prática para o desenvolvimento do gerenciamento das emoções dos jogadores, até mesmo quando os resultados esperados não são alcançados.
Lidar com a pressão dos campeonatos é uma rotina na vida de todo jogador, tanto antes quanto durante e até depois das partidas, e podem gerar desgastes físico e emocional. Sendo assim, é importante cuidar do corpo, mas também da mente. Aprender a controlar as emoções é essencial para melhorar a concentração e eliminar sintomas de ansiedade e depressão devida à grande pressão interna e externa da rotina do atleta. Conhecer seu potencial e conhecer-se a ponto de aceitar suas limitações são fatores importantes para não sofrer em excesso com as derrotas, saber que a pressão, estresse, derrota, irritabilidade fazem parte da vida de um atleta e aprender a controlar essas emoções, ter um objetivo e aprender a gerar sua automotivação e confiança fazem parte do pacote de como um jogador pode aumentar sua performance da inteligência emocional.
Diante disso, pensemos no seguinte: em nosso dia a dia como temos gerenciado a Copa das nossas emoções?
Todos os dias temos que conviver com as partidas que a vida coloca em nosso caminho: escola, trabalho, faculdade, família, sociedade. Nem sempre saberemos qual adversário teremos que enfrentar, ou seja, em algumas situações adversas (crises financeiras, desempregos, perda de um ente querido, doenças etc.), não teremos a oportunidade da preparação. Lidar com os obstáculos, frustrações e entender que a perda também faz parte e contribui para o aprendizado só é possível quando aprendemos a controlar (e alimentar) nosso “Eu forte” e praticar a gestão das nossas emoções em situações de estresse e sentimentos negativos.
Para nós, atletas da partida da vida, é necessário, antes de tudo, entender que não somos perfeitos e, apesar da tentativa em evitar, vamos errar e passar por situações imprevistas e precisamos nos reinventar a cada obstáculo, entendendo que há sempre uma grande lição a ser aprendida e outras possibilidades a serem construídas. A cada escolha feita, outra poderá ser deixada de lado, a cada degrau alcançado outros ficarão para trás e, à medida que crescemos, desenvolveremos a nossa resiliência e saberemos como lidar com as frustrações e perdas, sem deixar que os erros sejam cartões vermelhos que nos impedirão de continuar prosseguindo.
Ter um objetivo, uma meta a ser alcançada é saber que, durante o percurso, situações adversas acontecerão por fatores internos ou externos, mas também que podem nos impulsionar a querer alcançar os melhores resultados. Afinal, segundo Dr. Augusto Cury: “Ninguém é digno do pódio se não utilizar os fracassos para alcança-los”.
Renata Rocha
Psicóloga
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